sábado, 28 de janeiro de 2017

NARRATIVA DA HISTÓRIA - Ciência ou Literatura?

NARRATIVA DA HISTÓRIA
Ciência ou Literatura?[1]


“A narrativa histórica implora por uma unidade entre passado, presente e futuro, na tentativa constante de instaurar ordens ao caos”
Autor Desconhecido


Paulo Ricardo Pimenta da Cruz
(Graduado em Licenciatura em História na UEG, Campus Jussara – Currículo Lattes: lattes.cnpq.br/3282710796114586)



Introdução

Existem muitos pesquisadores que se ocupam da teoria da história para discutirem se a História é ou não é uma ciência. Outros simplesmente ignoram essa discussão. Estudos apontam que diversos intelectuais ao se submeterem ao processo de construção da Historia, tem apresentado suas pesquisas tentando trazer respostas a estas indagações.
Dentre esses intelectuais, a princípio convém trabalhar com Arthur Assis, Durval Muniz e Jörn Rüsen, pois são pesquisadores de grande importância dentro do assunto que neste texto se pretende discutir.
No caso, em relação a Arthur Assis, bacharel licenciado em História pela Universidade Federal de Goiás, professor de teoria e metodologia na Universidade de Brasília, que concluiu seu pós-doutorado em 2009, pode-se dizer que tem vários textos publicados, entre eles, “A teoria da história de Jörn Rüsen: uma introdução”, que tem como objetivo o estudo da teoria da história proposta por Jörn Rüsen.
Segundo Assis, o pesquisador Droysen do século XIX teve forte influência na formação intelectual de Rüsen, precisamente porque almejava uma especialidade para a História, visto que a mesma precisava de um método capaz de ser aplicado na cognição empírica: “compreensão mediante pesquisa distanciando-a da filosofia” (ASSIS, 2010, p. 09).
Sabe-se que entre 1900 a 1940 tem surgido intensificadamente vários métodos e teorias da história que são diferentes das apresentadas por Droysen no século XIX. Mediante essas mudanças, segundo Assis, Rüsen apresenta como que atualizações da teoria de Droysen, construindo o conceito “matriz disciplina da ciência histórica” visando responder a essas transformações, como a ampliação dos objetos de estudo da História sem a protagonização do Estado e a virada linguística caracterizada pela crítica aos positivistas (objetivismo) sendo isso, um importante esclarecimento argumentativo por parte de Assis em relação à postura intelectual de Rüsen.
Ao fazer a leitura do próprio texto “Razão Histórica” de Rüsen, percebe-se que o mesmo possui domínio do argumento que utiliza, pois defende que a história é uma ciência. Rüsen traz várias contribuições para a construção do pensamento histórico, além disso, ele elenca discussões acerca da consciência histórica e a importância da narrativa na sua formação.
Segundo Rüsen, a história seria uma forma particular de construir o pensamento histórico, ou seja, por meio dela, aspectos genéricos e elementares da vida humana ganham sentido. O pensamento histórico seria analisar sistematicamente como acontece essa relação entre esses aspectos e como eles se auto-interpretam, pois se tratando de ações humanas, é considerável destacar que a mesma é efetivada visando uma finalidade, uma intenção.
Já Durval Muniz, em seu texto “História – a arte de inventar o passado” traz outros argumentos diferentes sobre a concepção de história. Para ele, o termo “invenção” é um grande conceito a ser desenvolvido teoricamente. Durval faz uma importante problematização acerca do trabalho do historiador quando propõe a ideia de que na narrativa pode haver momentos de ruptura, censura, ou de inauguração de algo antes não mencionado, pois “[...] a história é viagem que conecta e mistura tempos e espaços, que interpenetram coisas e representações, realidade e discurso, razões e sentimentos, matéria e sonho [...]” (ALBUQUERQUE JR, 2007, p. 29).


Narrativa da História


Segundo Assis, Rüsen da muita importância à forma de narrativa, ou seja: a forma como o texto é estruturado, pois segundo ele, a narrativa histórica e diferente da literária, devido possuir certa especificidade em produzir ou identificar[2] o sentido das ações humanas, vinculadas a experiências e ao cotidiano, mostrando que existe relação entre escrever e pesquisar. Para tal, ele relata seus cinco princípios: carências de orientação, perspectivas diretoras da interpretação histórica da experiência do passado, métodos de pesquisa empírica, formas de apresentação e funções de orientação, procurando explicá-las de forma separadas, porém interligadas, mostrando que na representação narrativa orientada existe uma continuidade temporal.
Segundo Assis, Rüsen diz que as motivações desencadeiam pesquisas capazes de orientar a vida prática por meio da extração de sentido das ações passadas: experiências, que sendo aplicadas a vida cotidiana, possibilitam o despertar de uma identidade. Essas pesquisas não são totalmente objetivas, possuindo tendências ao subjetivismo. Com isso, nas narrativas orientadas é possível perceber como acontece essa relação do produtor com sua produção em relação ao seu tempo. Essa orientação ocorre por meio da produção de conhecimento vinculada a critérios de verdade da ciência histórica para ter validação. A função da orientação seria percebida pelo fato do conhecimento estar sempre em mudanças, assim conhecê-lo permitira o individuo assumir uma postura. Fica claro uma preocupação em relação ao balanceamento entre objetividade e subjetividade e suas implicâncias na orientação da vida corrente.
Analisar categorias e conceitos dentro do pensamento histórico constitui fator de grande peso informativo devido possibilitar a compreensão ou interpretação do passado, ora com características gerais, ora com feições peculiares por indicarem fluxo temporal inter-relacionadas entre si. Para tal, precisam se apropriar de um método, que de acordo com Assis, Rüsen chama de “Método Histórico”.
Rüsen apresenta três fases referentes ao método histórico, como a importância das carências de orientação surgida no presente, pois são elas que norteiam a pesquisa, juntamente com as perspectivas que direcionam o olhar do historiador a tomar certa posição referente seu objeto de estudo e uma análise das informações, fontes, tendo como base a “heurística, crítica e interpretação”, ambas conectadas a historiografia. Além disso, existe outra discussão relacionada á hermenêutica e a analítica em torno do qual seria a melhor forma de se estudar o passado reconhecendo que o mesmo não pode ser alcançado tal qual como aconteceu, no entanto, para Rüsen, as duas são importantes por reforçarem a racionalidade.
Enquanto a hermenêutica observa a construção de sentido das ações humanas e suas possíveis interpretações do passado, a analítica busca entender onde e quando se forma as conexões de efeito do agir humano com circunstancias exterior, no entanto, Rüsen apresenta uma terceira alternativa: a dialética, pois possibilita relacioná-las. Rüsen dá primazia para a hermenêutica, pois por meio dela é possível promover uma espécie de diálogo na pesquisa histórica entre as possíveis carências e intenções do agir e sofrer humano em se tratando de experiência humana.
Segundo Rüsen, a História é uma área disciplinar específica dentro do amplo campo do saber. A História constitui-se um pensamento histórico em particular, pois sofre uma forte tensão entre as experiências e intenções do homem no tempo. Por ser um campo do saber, e possuir seu próprio campo teórico-metodológico, esta por sua vez, carrega em si mesma a sua própria historicidade, sua própria razão, sendo responsável pela construção da consciência histórica.
Para Rüsen, a História é capaz de orientar a vida prática do homem. Essa orientação aconteceria por meio da narrativa histórica que traz o sentido de continuidade, que por sua vez, precisa rigorosamente possuir validade científica, controle metódico e veracidade. Por meio dos argumentos de Rüsen, percebe-se que a história se tornou parte do objeto da História, ou seja, a narrativa entrou em discussão.
Mas o que seria a narrativa? Segundo Rüsen, a narrativa é uma prática interpretativa da experiência temporal. De acordo com Rüsen:

o pensamento histórico, em todas as suas formas e versões, está condicionado por um determinado procedimento mental de o homem interpretar a si mesmo e a seu mundo: a narrativa de uma história. Narrar é uma prática cultural de interpretação do tempo, antropologicamente universal. A plenitude do passado cujo tornar-se presente se deve a uma atividade intelectual a que chamamos de “história” pode ser caracterizada, categorialmente, como narrativa. A “história” como passado tornado presente assume, por princípio, a forma de uma narrativa. O pensamento histórico obedece, pois, igualmente por princípio, à lógica da narrativa (RÜSEN, 2010, p. 149).

Certamente a narrativa da história pode ser abordada como um modelo teórico explicativo, ou seja, como um paradigma dentro deste campo disciplinar que lida com a construção do pensamento histórico. Além disso, por meio do estudo sobre a narrativa da história, o historiador consegue compreender o processo empregado na construção do pensamento histórico, e da própria noção do tempo e de ciência.
Sabe-se que a narrativa é uma prática cultural interpretativa da experiência temporal. É o mecanismo utilizado para produzir história. Para Rüsen, a narrativa tem um papel muito importante, pois ela pode orientar a vida prática porque ela lida com o pragmatismo, ou seja, com as operações mentais cotidianas, como por exemplo, atos de fala, entre outros. O discurso é uma das formas de narrativa, por exemplo, existe um livro “Análise de Discurso – princípios e procedimentos” de Eni P. Orlandi, publicado em 2007, que trás uma análise profunda do discurso, mas esta reflexão por se tratar de um debate muito amplo e complexo poderá ser abordada em outro trabalho. Este livro pode ser consultado por todos aqueles que desejam aprofundar seu conhecimento sobre a composição do discurso histórico, algo que certamente facilitará compreender o que Rüsen denomina de “atos de fala”.
É interessante observar que a narrativa é uma construção cultural da experiência humana, ou seja, a forma como ela acontece possui suas peculiaridades em cada sociedade, em cada tempo. É importante observar que para compreender a narrativa é necessário estudar o tempo em que ela foi construída, mas o que seria o tempo?
Santo Agostinho disse: -“Se não me fizer a pergunta eu sei, se quiser explicar, para quem me perguntar já não sei”. Falar sobre o tempo é algo bastante complicado, mas com base nos argumentos de Rüsen, sabe-se que o tempo é algo mais amplo, não podendo ser marcado pelo relógio, porque não existe sistema de medição para ele. O relógio marca um tempo construído pelo homem, um tempo que envolve a percepção do movimento, mas antes do homem existir já existia um tempo anterior que perpassa a existência humana, ou seja, mesmo que o homem não tenha ciência da existência do tempo, o mesmo existe.
O que seria o tempo? O tempo é o tudo, ou pelo menos um conceito geral, do qual todos os tempos se originam. O tempo é um fluxo, contínuo, infinito, construtor, destruidor, além disso, também pode ser visto como o impedimento do agir humano. Compreender isso é algo muito importante, pois o tempo influencia a concepção de narrativa. O tempo histórico que Rüsen aborda em seu texto seria como que uma derivação, uma especificação ou fragmentação do tempo geral, além disso, existe aquela concepção de tempo natural que seria aquele que sofre perturbação nos seus processos, ex. morte, ligado ao tempo vivido, cronológico. Já o tempo humano perpassa a existência de uma vida humana, ou seja, seria o tempo das ações humanas que perpassam a existência do próprio homem, tempo da consciência, no qual se encontra os vestígios e rastros da humanidade.
Como a História, enquanto disciplina, se ocupa da história da humanidade[3] para orientar a sua vida prática, e é capaz de lidar com o tempo, a mesma deverá possuir uma narrativa que tenha critério de validade, veracidade, e confiabilidade. A mesma precisa possuir métodos, estética, uma forma diferente, ela precisa ser científica, ou seja, não pode perder de vista sua racionalidade, sua coesão interna. Sabe-se que para:

a narrativa histórica é decisivo, por conseguinte, que sua constituição de sentido se vincule à experiência do tempo de maneira que o passado possa tornar-se presente no quadro cultural de orientação da vida prática contemporânea. Ao tornar-se presente, o passado adquire o estatuto de “história”. Retomando a famosa expressão de Johann Gustav Droysen, pode-se dizer que a narrativa histórica “faz”, dos feitos do passado, a história do presente (RÜSEN, 2010, p. 155).

Narrar para Rüsen seria “proceder metodicamente ao rememorar o passado humano a fim de orientar o agir e o sofrer no tempo presente”. (RÜSEN, 2010, p. 99). Assim, o ato de narrar não pode ser visto como uma mera prática linguística, porque ela é construída visando a constituição de sentido. De acordo com Rüsen,

“ciência” é entendida, aqui, no sentido mais amplo do termo, como a suma das operações intelectuais reguladas metodicamente, mediante as quais se pode obter conhecimento com pretensões seguras de validade. O pensamento histórico-científico distingue-se das demais formas do pensamento histórico não pelo fato de que pode pretender à verdade, mas pelo modo como reivindica a verdade, ou seja, por sua regulação metódica (RÜSEN, 2010, p. 97. Grifos do autor).

Em si tratando de ciência da história, percebe-se que Rüsen a considera uma:

“forma peculiar do pensamento histórico, deve ser entendida, praticada e fundamentada a partir dos pressupostos e das condições de seu mundo existencial, e não interpretada como isolada e independente dele [...]. A cientificidade da ciência da história deve ser estabelecida e descrita justamente no que tem de peculiar, que produz o constructo significativo chamado “história”. [...] Por esse motivo, a abordagem da cientificidade da ciência [...] tem de ser precedida pelo exame da base existencial dessa ciência (RÜSEN, 2010, p. 96).

É interessante notar que Rüsen trata a disciplina de história como sendo uma ciência. Sendo assim, o historiador seria um cientista que lida com as ações dos homens no tempo, mas existem outros pesquisadores que não compartilham da mesma ideia rüseana. É o caso de Durval Muniz de Albuquerque Jr.
Para Muniz, a “história possui objetos e sujeitos porque os fabrica, inventa-os, assim como o rio inventa seu curso e suas margens ao passar” (ALBUQUERQUE JR, 2007, p. 29. Grifo meu). Durval expõe no seu texto um novo conceito: invenção. O mesmo é muito importante para o ofício do historiador, pois em se tratando de narrativa, algo “inventado” ou “novo” dependendo do seu grau de veracidade e de suas pretensões de verdade, pode indicar a sua falsidade ou o preenchimento de alguma lacuna do conhecimento.
É interessante observar os argumentos de Durval Muniz porque ele transpõe uma nova forma de pesar historicamente o passado e apropria noção de história. Para Durval o “termo invenção, portanto, também remete a uma dada ruptura, a uma dada censura ou a um momento inaugural de alguma prática, de algum costume, de alguma concepção, de evento humano”. (ALBUQUERQUE JR, 2007, p. 20).
Durval busca demonstrar que o historiador é capaz de trazer algo novo, uma contribuição diferente. Mas em si tratando de um evento histórico, até que ponto a narrativa do historiador pode ter sido inventada? Uma das principais diferenças entre Rüsen e Durval reside na concepção da narrativa.
Enquanto para Rüsen, a narrativa histórica está ligada a ideia de ciência da história. É uma prática cultural de interpretação das ações do homem no tempo, que precisa possuir métodos e veracidade de seus argumentos; para Durval a narrativa é um procedimento utilizado pelo historiador, de forma que possa se aproximar de uma dimensão ficcional, poética e metafórica.
O conceito que Durval aborda: “invenção”, traz um sentido de descontinuidade da produção histórica. Isso se contrapõe aos argumentos rüseanos, pois a narrativa histórica, para Rüsen, precisa ter uma continuidade, pois tem a função de orientar a vida prática.
Enquanto para Rüsen a história é uma ciência, porque possui razão história medida pelos critérios de verdades, fazendo do historiador um cientista; para Durval a história “inventada” pode ser ficcional, metafórica, o que indica que a história para ele é apenas uma prática cultural que vai de encontro com as transformações políticas, não sendo necessariamente uma ciência.
Durval também trabalha com as concepções de tempo, para ele:

escrever história é também medir temporalidades, exercer a atividade de tradução entre naturezas, sociedades e culturas de tempos distintos [...] o historiador tem a tarefa de construir com sua narrativa uma canoa que possa mediar, fazer se tocar as margens do passado e do futuro [...] ao invés de ser um profissional que fica preso ao passado, que remói suas lembranças, que fica ancorado à margem da memória e da tradição, o historiador é alguém que tem a tarefa de se descolar desta memória cristalizada, de fazer com que esta retorne ao fluxo temporal, que se liquefaça para que novamente possa correr na direção do futuro. [...] vivemos uma época em que apeamos da canoa daquela historiografia que era escrita em nome de um futuro, que despreza o presente (ALBUQUERQUE JR, 2007, p. 33).


Conclusão


Além dos autores mencionados, existem muitos outros que se ocupam da teoria da história. Responder a pergunta do título deste trabalho: Narrativa da história. Ciência ou literatura?, trata-se de um debate crítico que há muito vem sendo prolongado. Como foi visto, para Rüsen a história é uma ciência; já para Durval a mesma pode ser uma literatura. A diferença entre os autores está, em parte, centrada na sua concepção de narrativa, no qual para um ela precisa ser metódica com rigoroso critério de veracidade, já para o outro a mesma pode significar ruptura da continuidade, pode ser uma história inventada, metafórica. Se a história é ciência ou não, acredito que cabe:

ao historiador, profissional do presente e não do passado, como dizia Bloch, construir em suas narrativas a medição entre tempos e diferenciar, como dizia Kant, o que é atual, o que é próprio do nosso tempo, do que é apenas contemporâneo, o que está do nosso lado, mas vem de outros tempos, e talvez intuir, abrir a possibilidade de horizontes outros para o futuro (ALBUQUERQUE JR, 2007, p. 33).

Enfim, cabe ressaltar que a verdade nunca é alcançada em História, nem por isso, a história é mentira, ou seja, não é possível determinar a origem de um fato histórico, apenas seu limite epistemológico é encontrado, ou melhor, é determinado pela comunidade científica dos historiadores. Segundo Durval:

exerço um ofício conforme regras que não são apenas estabelecidas por mim, coerção do grupo, regras que se modificam com o tempo, mas sorrio porque sei que, apesar de tudo isso, eu participo ativamente das intenções que faço. Ao escrever história tenho atuado, agido, produzido fatos, eventos com repercussões sociais e culturais. Sou, às vezes, como um rio, mero objeto de fluxos, de processos, de relações que passam por mim (ALBUQUERQUE JR, 2007, p.35).

Portanto, a leitura de ambos os autores destacados nesse trabalho, possibilita a compreensão panorâmica de várias noções nítidas e críticas no âmbito geral e particular da formação do pensamento histórico, que podem sabiamente nortear o trabalho do historiador, sendo de suma importância para a formação intelectual de graduandos em história como também nas demais ciências históricas.
Cabe ressaltar que este trabalho é uma pesquisa sobre alguns aspectos importantes dentro da teoria da história, ou seja, ao trazer prévios esclarecimentos de Rüsen por parte de Assis, e propor uma discussão entre Rüsen e Durval, na verdade foi estabelecida uma discussão sobre os fundamentos da ciência histórica, que há muito vem sendo fermentada por diversos intelectuais, ora aprimorando, ora refutando ou reformulando seus aspectos no decorrer do tempo, sendo por si só, um processo histórico carregado de sentido capaz de orientar a vida prática por meio da construção do pensamento histórico. No entanto, o presente trabalho está longe de apresentar uma verdade derradeira, até mesmo porque a mesma não existe, ou seja, apenas foram trabalhados poucos elementos se comparado a gama de conhecimento adquirido pelo campo disciplinar da História ao longo do tempo.


Referência Bibliográfica


ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. História: a arte de inventar o passado. Ensaios de teoria da história. Bauru, SP: Edusc, 2007. p. 19-36.

ASSIS, Arthur. A teoria da História de Jörn Rüsen: uma introdução. Goiânia: UFG. 2010.

ORLANDI, Eni P. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 7ª Ed. Campinas, SP: Pontes, 2007.

RÜSEN, Jörn. Razão Histórica: fundamentos da ciência histórica / Jörn Rüsen; tradução de Estevão de Rezende Martins. – Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1ª reimpressão, 2010. p. 53-161.





[1] Este texto foi elaborado em 2014 para fins de avaliação parcial da disciplina de Teoria da História II, do 3º ano do curso de Licenciatura em História, da Universidade Estadual de Goiás, Campus Jussara – GO. Mantive sua originalidade.
[2] Produzir refere-se ao próprio trabalho dos historiadores e identificar relaciona-se a compreender algo que já esta dado, ambas as ações, seja o dado do passado como também as produções do presente são dotadas de sentido.
[3] Não me refiro a uma história antropocêntrica, no qual o homem aparece isolado do meio em que vive. Refiro-me a uma história biocêntrica, ou seja, que lide com as ações dos homens no tempo, mas que não ignore a influencia do seu meio natural.

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